latinoamerica
3.4.07
  estação Consolação
(ou buenos aires hora cero)

quantas foram as vezes em que perambulei pela Augusta sem perguntar por quê. até hoje não sei. alguns dizem que nascemos para procurar o fim da linha, o ponto final, e é lá que nos encontramos. vida faz sentido quando noite cai e as putas começam a aumentar a fila para bater o cartão de ponto. ou quando aviãozinho termina penteado em frente ao espelho e arrisca alguns jabs no ar para esquentar motores. vôos rasantes pela Haddock e piruetas pela Caneca semearão alegria e empatia pelos banheiros dos botecos. ninguém se importará com tempo de espera à porta. cumprimentos amistosos na troca de turno. vai e vem. o que cair no chão fica para os cachorros, e a vida continua.

- - -

fechou o tempo porque o do terninho inglês bebeu além do que sobrou e o dono da garrafa deu cabo da propriedade na cabeça do fulano. baratas embrulharam a carne em papéis de seda e chisparam sem esperar troco, pra variar. foi quando profissionais chegaram e beberam a valer. brindavam como o diabo e tiravam sarro do garçom nº 12. saíram sem pagar. escoaram pelas canaletas até a Roosevelt para chutarem rabos letrados.

- - -

- me dá um de 15.
- só tem de 20.
- porra, faz 15.
- piloto não deixa.
- 15 mais alguns poemas. Ginsberg.
- suave, gringo.

- caralho, só isso?
- calma, é só até a matilha voltar.
- cachorro nenhum vai me cagüetar de novo! véia quase morreu.
- suave, gringo.

- - -

a festa no predinho, amigo meu fez inferninho. tapa na bundinha de pentelhos ruivos, quebrou vidro de cola, apagou cigarro na língua, o escambau. acordou na escada de emergência com zumbidos de vespeiro na cabeça. cola seca nas narinas, braguilha aberta --menina óculos fundo de garrafa roubou carteira e bilhete único.

- diabos, levaram o Epocler!

- - -

não vai rolar, babe. por que não? gandola furada. foi você, me quer como pai. só roga praga. vem cá, neném. fica na bronha. corta essa, mina. quero cafuné. nem na minha mãe. lê pr'eu dormir. cadê os cigarros? tem um Chinaski na bolsa. vou fechar a porta, ninguém vê. Chinaski é tão legal. sem calcinha, meu pau duro. você acabou com o pó. tá apertado. tem mais no fundo da bolsa. se peidar, bato na cara. limpa no lençol. dá o isqueiro, chegou a cerveja. quer pizza?

 


trago?
OUTRAS COISAS
How Soon is Now? / ArteFato / Prosa Caótica


LIMBO
setembro 2003 / outubro 2003 / novembro 2003 / dezembro 2003 / abril 2004 / agosto 2004 / junho 2005 / julho 2005 / setembro 2005 / outubro 2005 / novembro 2005 / janeiro 2006 / fevereiro 2006 / março 2006 / junho 2006 / agosto 2006 / novembro 2006 / dezembro 2006 / janeiro 2007 / fevereiro 2007 / abril 2007 / agosto 2007 /


Search Engine Optimization
Chinaski was here Counter